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O velho na colina - uma reflexão sobre a existência humana

Imagem gerada no Copilot

No topo de uma colina deserta, cercada por um mar de grama dourada, estava um banco solitário. Cada tarde, sem exceção, um homem idoso se sentava ali, olhando para o horizonte. Ninguém sabia seu nome, sua história, ou o motivo de sua presença constante. Ele apenas estava, como se fosse parte daquela paisagem.

O céu, um azul infinito, refletia a vastidão de seus pensamentos. Ele observava o movimento das nuvens, sentindo-se pequeno diante da imensidão do universo. Cada sopro de vento parecia trazer consigo perguntas não respondidas sobre a existência, a vida e a morte. Ele pensava na passagem do tempo, nas escolhas que fizera e nas que deixara de fazer.

Os anos haviam esculpido rugas profundas em seu rosto, como marcas de uma jornada longa e cheia de significados ocultos. Ele ponderava sobre o propósito de tudo aquilo. Seria a vida apenas uma sucessão de eventos aleatórios, ou haveria uma ordem oculta, um sentido maior a ser descoberto?

Às vezes, crianças corriam pela colina, suas risadas ecoando como melodias esquecidas. O velho as observava, lembrando-se de sua própria juventude, dos sonhos que um dia teve. Ele se perguntava se aquelas crianças também chegariam a este ponto, questionando o significado de suas existências.

Um dia, uma mulher se aproximou, interrompendo suas reflexões. Ela era jovem, com olhos cheios de curiosidade e uma inquietação que ele reconheceu imediatamente.

— Por que você vem aqui todos os dias? — ela perguntou.

O velho olhou para ela, sentindo uma conexão instantânea. Ele sorriu, um sorriso triste, mas cheio de sabedoria.

— Venho em busca de respostas — respondeu. — Tento entender o que significa estar aqui, viver, sentir. Às vezes, acho que o propósito da vida é simplesmente viver, experienciar cada momento como ele é, sem esperar grandes revelações.

A mulher sentou-se ao lado dele, em silêncio, compartilhando daquela quietude carregada de significado. Eles ficaram assim por algum tempo, apenas respirando, ouvindo o sussurro do vento.

— Talvez — disse ela, finalmente — a resposta esteja na própria busca, no desejo de entender e no ato de viver plenamente, mesmo sem todas as respostas.

O velho acenou, reconhecendo a verdade nas palavras dela. E assim, eles ficaram, duas almas em diferentes pontos da jornada, mas unidas pela mesma busca eterna de compreensão.

Ao cair da noite, a mulher se levantou para partir, mas antes de ir, olhou para ele mais uma vez.

— Obrigada — disse ela. — Acho que, de certa forma, encontrei algumas respostas hoje.

Ele apenas sorriu, vendo um reflexo de si mesmo naqueles olhos jovens. Ela desceu a colina, deixando-o novamente sozinho com seus pensamentos, mas com um novo sentido de paz. E enquanto as estrelas começavam a brilhar no céu, ele soube que, embora as perguntas nunca cessassem, a busca em si era um propósito suficientemente grandioso.


Autoria do texto: Alessandro B. Nunes

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