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Créditos da Imagem: Diocese de São José dos Campos |
Sair de casa e fazer missão parece uma tarefa fácil, não é? De fato, parece ser fácil. Dependendo da pessoa que sai e se propõe a viver a missão com abertura aos desafios e diversidades, este sair pode se tornar algo maravilhoso. É evidente que ao sairmos do conforto de nossas casas geralmente não é aquilo que idealizamos, ao deixarmos a nossa casa, colocando expectativas demais para aquilo que vamos fazer pode ser que se torne decepcionante, frustrante e talvez, até nos traumatize fazendo-nos perder o gosto de sair e fazer missão.
Esse tipo de mentalidade pode se
tornar terrível, pois aquilo que poderia ser vivido bem e com intensidade não é
mais proveitoso, deixa de ser a verdadeira felicidade transbordando, pode ser
que acabe se tornando uma obrigação, um fazer por fazer, e isso é algo que se
torna ruim. Por isso, se deve entregar a vivência, entregar-se nas mãos de
Deus, pois é Ele quem vai iluminar e guiar os caminhos daquele que sai para
fazer missão, viver a missão.
Percebe-se que geralmentealgumas pessoas entendemque sair e fazer missão é anunciar a boa nova apenas levando um
versículo qualquer às pessoas, fazendo reflexão e só. Nas minhas viagens
missionárias percebi que de fato, uma parte da missão era isso, mas não só
isso, percebi que ela é grandiosa e que quebra todos esses
"estereótipos".
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Créditos da Imagem: Diocese de Camaçari |
A missão estava e está presente nos pequenos detalhes do dia a dia, e esses detalhes quando são olhados com o olhar do amor, da misericórdia, acabam por se tornarem detalhes significativos, amáveis e no final, são olhados como presentes de Deus.
Algo importante para ser destacado
também são as pessoas que cruzam nossa vida enquanto fazemos missão. Ganhei
pessoas e perdi pessoas, eles faziam e fazem parte daminha missão, porque tudo que é vivenciado é missão. E quando conhecemos
pessoas durante a missão na qual fomos enviados elas se tornam mais que amigos,
dependendo das pessoas elas acabam por se tornarem nossa família, nossos irmãos
de missão. Eles passam a fazer parte de nossas vidas, partes indeléveis de nós.
O evangelista Mateus nos transmite as palavras de Jesus que enfatiza: “vós
sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8), mesmo diante de muitas pessoas que
infelizmente não tem a mesma visão eu continuo a insistir num espírito de
irmandade e fraternidade.
De maneira particular, comecei a
acreditar que era isso quando de fato aceitei viver a missão e ser missionária.
Quando aceitei que essa era minha vocação, e como filha de Deus eu deixei minha
casa e fui compartilhar a minha experiência de intimidade com Deus com os
irmãos e irmãs, principalmente os de alma cansada e abatida, com gestos,
palavras e me tornando fonte de inspiração para algumas pessoas, algo que nunca
imaginei que aconteceria comigo. A responsabilidade de ser exemplo para as
pessoas foi algo no qual me assustou muito no início, mas vi que se fazia
necessário, e que isso é a consequência daquilo que escolhi viver.
Amar e cuidar das pessoas é difícil,
mas Deus nos molda, nos transforma, nos faz renascer, é um processo. Ele nos
faz sair do conforto. E Ele nos faz sair do conforto porque Ele quer que
sejamos felizes, e que conheçamos a verdadeira alegria que é a criação d'Ele,
as pessoas, as diferenças que no final nos fazem ser iguais.
Agora que estou escrevendo esse
texto vejo o quanto evolui e o quanto ainda devo evoluir como Missionária, e
não me arrependo de ter saído do meu comodismo.
Sou feliz porque sou missão, e
porque me entreguei a ela.
De "Coração ardente e com pés sempre a caminho", sigo firme na missão de "Ir e levar o Evangelho a toda e qualquer criatura".
Autoria do texto: Ana Luiza M. Feitoza
Rio Solimões, Anori à Coari, 27 de janeiro de 2025.
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