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A Missão de Fazer em Comunhão

A imagem retrata o artigo que ressalta a importância da comunhão para a Missão da Igreja; essa se faz o Corpo Místico de Cristo caminhando rumo ao Reino de Deus.
Foto : Pinterest

A missão da Igreja Católica Apostólica Romana não é uma ação solitária, mas um chamado à comunhão. Desde os primórdios a Igreja se compreende como "Povo de Deus" (Compêndio do Vaticano II, 2000, p. 48), uma comunidade reunida pela fé em Cristo e enviada ao mundo para anunciar o Evangelho. Essa missão nasce do coração da Trindade: o Pai envia o Filho, e o Filho, em união com o Espírito Santo, envia a Igreja. Portanto, missão e comunhão são inseparáveis.

Fazer comunhão significa reconhecer que todos os batizados compartilham da mesma dignidade e corresponsabilidade na missão evangelizadora. Como afirma o Concílio Vaticano II, “a Igreja é, em Cristo, como que o sacramento, ou o sinal e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (Compêndio do Vaticano II, 2000, p. 39). Isso implica na missão da Igreja que não se realiza por iniciativas isoladas, mas por meio de uma ação conjunta, que valoriza os dons de cada membro do Corpo de Cristo.

Como recorda Francisco (2013), a comunhão evangeliza. A vivência da unidade entre os cristãos é, por si mesma, um testemunho transformador. Fazer comunhão significa escutar, discernir e caminhar juntos, numa atitude sinodal, que reflete a vida de Jesus com os seus discípulos. A missão partilhada, vivida na escuta da Palavra, na caridade concreta e na participação ativa da vida da comunidade, torna visível o Reino de Deus no meio do mundo.

Paulo (1988), reforça que os leigos têm um papel insubstituível nessa missão comum. Sua presença no mundo – nas famílias, no trabalho, na cultura, na política – é o campo privilegiado para a vivência da fé em comunhão com a Igreja. Evangelizar em comunhão é assumir, com responsabilidade e zelo, o chamado a ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14), em cada realidade vivida.

O Documento de Aparecida (2007) nos exorta a ser discípulos missionários em comunhão. A missão só é fecunda quando nasce da escuta orante, do vínculo com a comunidade e da caridade fraterna. Uma Igreja em saída, como nos convida o Papa Francisco, só será verdadeiramente missionária se for, antes de tudo, comunhão viva entre seus membros.

Portanto, fazer-se comunhão é mais que uma estratégia pastoral; é uma exigência evangélica. É viver o “ser Igreja”, onde cada um tem seu lugar e seu papel na construção do Reino. Onde a missão se faz em conjunto, guiados pelo Espírito Santo, na unidade com o Papa, os bispos, os presbíteros, os consagrados e os leigos, como uma grande família a serviço da vida e da salvação.


REFERÊNCIAS:

BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. Nova edição Revista e Ampliada. São Paulo - SP: Paulus, 2022.

Compêndio do Vaticano II. Constituições decretos declarações. Coordenação Geral de Frei Frederico Vier, O.F.M: Vozes. Petrópolis, 2000. 

CNBB. Documento de Aparecida: texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe: Edições, Brasília, 2007.

FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. Paulinas. São Paulo – SP, 2013.

PAULO, João II. Exortação apostólica pós-sinodal christifideles laici. Roma, 1988. 


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